Chefe do crime desvia 12 milhões

Desvios de Milhões no TJPE: Polícia Prende Servidores e Revela Esquema

Três servidores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) foram presos nesta quinta-feira (25) pela Polícia Civil, após investigação apontar desvios de mais de R$ 6,4 milhões. O esquema envolvia o uso do certificado digital de uma juíza aposentada para emitir alvarás, sendo que parte dos valores retornava aos envolvidos. A associação criminosa, que atuava desde 2019, chocou o estado ao revelar que o líder do grupo chegou a gastar mais de R$ 12 milhões em carros de luxo. A divulgação dos detalhes foi feita pelo delegado Breno Maia, da Delegacia de Combate à Corrupção e Crime Organizado, em coletiva de imprensa realizada no Recife.

“O trabalho da polícia, além das prisões, é tentar reaver esse patrimônio. Então, não só a prisão foi realizada, as buscas também, com o objetivo de colher mais elementos de prova. Medidas cautelares patrimoniais também foram requeridas pela Justiça e decretadas hoje [quinta-feira, 25 de abril], como o bloqueio de valores, o sequestro de bens, imóveis e móveis”,

afirmou o delegado.

Além dos servidores do TJPE, outras três pessoas foram presas e uma está foragida. Um servidor do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE), que já trabalhou na mesma vara cível que o líder da organização criminosa, também foi alvo de busca e apreensão.

Os envolvidos no esquema foram:

1. Um analista judiciário chefe de secretaria de uma vara cível do TJPE;
2. Um técnico judiciário que trabalhava na mesma vara que o líder da quadrilha;
3. Uma técnica judiciária servidora do Fórum Paula Batista;
4. Um servidor do TCE que já foi servidor do TJPE e trabalhou na mesma vara que o líder da quadrilha.

Segundo Breno Maia, os demais envolvidos eram pessoas comuns, próximas ao líder da quadrilha e sem emprego formal. Recebiam os valores indicados nos alvarás em suas contas pessoais e devolviam parte ao mandante.

A investigação apontou crimes de lavagem de dinheiro, peculato, falsidade ideológica e organização criminosa. O caso foi descoberto quando o TJPE percebeu a participação de dois servidores, iniciou apuração interna e encaminhou material à polícia para o processo criminal. O envolvimento de uma terceira servidora foi descoberto posteriormente na investigação policial.