O Ministério Público de São Paulo lançou nesta terça-feira (9) a Operação Fim da Linha, visando cumprir quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão contra dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e Upbus na capital paulista e no interior do estado. Os alvos são suspeitos de associação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os principais alvos da operação incluem Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como “Pandora”, dono da Transwolff, que foi preso em sua residência, e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff, detido na garagem da empresa. Também foram presos Joelson Santos da Silva e Elio Rodrigues dos Santos, este último flagrado com porte de arma.
As ações foram realizadas na capital, Grande São Paulo e em cidades do interior, resultando na apreensão de diversos armamentos, incluindo fuzis e revólveres, além de dinheiro e joias, em um dos imóveis dos envolvidos.
Além das prisões, a Justiça determinou que a SPTrans, estatal de transporte coletivo da capital, assuma imediatamente a operação das linhas administradas pelas empresas Transwolff e Upbus. A medida visa garantir a continuidade dos serviços sem prejuízo à população.
As investigações do Ministério Público, que duraram quase cinco anos, apontaram indícios de que as empresas eram usadas pela facção criminosa para lavar dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes. As suspeitas de ligação do crime organizado com o transporte público em São Paulo remontam aos anos 1990, quando parte do sistema era operado por perueiros clandestinos.
A operação contou com um efetivo significativo, sendo o maior já empregado pelo Ministério Público. No total, 340 policiais militares, 106 viaturas, 43 agentes da Receita Federal, 64 membros do Ministério Público e 2 agentes do CADE foram mobilizados para as ações.