O tenente-coronel Fábio Roberto Rufino da Silva, réu por triplo homicídio duplamente qualificado e afastado das funções públicas por determinação da Justiça, decidiu quebrar o silêncio e rebater as acusações de suposta participação na chacina de Camaragibe, ocorrida em setembro de 2023. Em entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio, na sede da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, no Recife, o oficial da Polícia Militar afirmou que não teve qualquer envolvimento na sequência de assassinatos ocorridos por vingança após as mortes de dois policiais no bairro de Tabatinga, quando ele era comandante do 20º Batalhão responsável pelo policiamento na localidade.
Além do tenente-coronel Rufino, outros 11 policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) à Justiça e se tornaram réus. A 1ª Vara Criminal da Comarca de Camaragibe expediu intimações para que todos ofereçam defesa por escrito, aguardando o agendamento da primeira audiência de instrução do processo.
A denúncia do MPPE destaca que Rufino e outro oficial teriam acionado vários PMs para iniciar a perseguição ao suspeito de matar os dois militares, o que resultou na morte do vigilante Alex da Silva Barbosa e de outros membros de sua família, incluindo irmãos e a mãe do suspeito, além de uma jovem que teria sido usada como escudo humano durante o confronto com os PMs.
O tenente-coronel e os outros 11 PMs são réus no primeiro processo enviado à Justiça, relacionado aos assassinatos dos irmãos de Alex. O crime foi filmado e transmitido em tempo real por uma das vítimas numa rede social.