Câmara dos Deputados da Argentina aprovou um amplo plano de reforma econômica proposto pelo presidente Javier Milei em uma votação geral. O projeto de lei recebeu apoio para alguns artigos importantes, enquanto a votação dos detalhes do texto continua.
O plano de reforma econômica, idealizado pelo economista libertário Milei, visa atrair investimentos e conter a inflação no país sul-americano, que enfrenta uma crise econômica. Para que o projeto se torne lei, será necessário que um número suficiente de artigos seja sancionado individualmente no Senado.
Apesar de Milei ter apenas uma minoria no Congresso, ele conseguiu o apoio de aliados na Câmara dos Deputados após meses de negociações e concessões sobre o pacote de reformas. Esse pacote já havia sido rejeitado em uma votação anterior no Senado, em fevereiro.
“Apoio permitirá que Milei governe”, disse a deputada conservadora Victoria Borrego, referindo-se à capacidade do presidente de obter apoio político.
O pacote de reformas inclui medidas para reestruturar ou privatizar organismos públicos, aliviar a burocracia para atrair investimentos e ajustar as regulamentações trabalhistas. No entanto, enfrentará uma oposição mais forte no Senado.
Além disso, os legisladores também terão que votar um pacote fiscal separado, que aumentaria os impostos sobre os trabalhadores com rendimentos elevados e reduziria drasticamente a taxa sobre os bens pessoais. Essa proposta tem encontrado forte oposição dos sindicatos locais.
A Argentina enfrenta uma inflação anual próxima dos 300%, que Milei pretende reduzir com austeridade, embora isso já tenha impactado negativamente o consumo, a indústria e a atividade econômica, levando ao aumento da pobreza.
Enquanto o governo atual busca legitimar o projeto de reforma econômica, membros da oposição, como Santiago Cafiero, criticam a medida, argumentando que ela não resolve os problemas dos argentinos, como a pobreza e a inflação.