Um estudo apresentado pela indústria de construção nesta quarta-feira (3) revelou que o Brasil enfrenta um déficit significativo em infraestrutura, exigindo um investimento anual de R$ 197 bilhões para solucioná-lo. Esse cálculo destaca a necessidade urgente de aportes maciços no setor, não apenas para resolver o déficit, mas também para impulsionar a economia.
De acordo com a análise, o Brasil investe cerca de 1,96% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, incluindo recursos públicos e privados. No entanto, para atender às diretrizes do Banco Mundial, esse número deveria ser de aproximadamente 3,7% do PIB. Os setores que apresentam os maiores hiatos de investimento incluem transporte, água e saneamento, energia e comunicação.
Em uma entrevista à CNN, Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), reconheceu o desafio de alcançar esses níveis de investimento, mas enfatizou que o atual cenário econômico é propício para avançar nessa agenda. Ele mencionou iniciativas como o Novo PAC e a reforma tributária como fatores que podem impulsionar o setor.
A economista da Cbic, Ieda Vasconcelos, destacou que a estimativa do Banco Mundial pode ser conservadora e ressaltou a diretriz da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), que pede um investimento equivalente a 4,31% do PIB.
O estudo aponta que atender às diretrizes de investimento teria um impacto significativo na economia, com um aumento de até 2,7% no PIB e a geração de milhões de empregos. Além disso, a melhoria da infraestrutura não apenas resolveria problemas sociais, mas também fortaleceria a economia nacional.