A recente prisão de três suspeitos ligados à morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, expôs uma intricada relação entre milícias, policiais e políticos no Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal, Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, e Chiquinho Brazão, deputado federal, são apontados como mentores do assassinato, enquanto Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, teria planejado o crime.
Para César Tralli, jornalista e apresentador da TV Globo e da GloboNews, essa prisão revela a profunda penetração de agentes públicos no crime organizado, em um estado onde essa relação parece estar enraizada. Tralli destaca que o caso de Rivaldo Barbosa é apenas o começo de uma investigação que promete desdobramentos significativos.
Bruno Paes Manso, jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, também aponta para a influência das milícias dentro da polícia do RJ, evidenciada pelo depoimento de Orlando Curicica em 2018. Ele ressalta a longa história de conexões entre milícias e política no estado e vê na resolução do assassinato de Marielle uma oportunidade para reorganizar o Rio de Janeiro.
Os desdobramentos desse caso envolvendo Marielle Franco continuam a surpreender e a expor as entranhas de um sistema complexo de corrupção e violência no Rio de Janeiro. A expectativa é que novas investigações sejam abertas para expor ainda mais a promiscuidade entre criminosos e agentes públicos.