O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira (20) que as tropas russas irão avançar ainda mais na Ucrânia, capitalizando o sucesso obtido com a conquista da cidade de Avdiivka. Putin descreveu a retirada das tropas ucranianas como “caótica” e afirmou que as forças russas seguirão avançando no campo de batalha. A tomada de Avdiivka foi considerada a maior vitória militar russa desde a captura de Bakhmut, em maio de 2023.
Imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa russo mostram danos significativos em Avdiivka, com quase todas as casas atingidas pela guerra. Putin alega que a ordem de retirada ucraniana foi emitida após as tropas de defesa já terem iniciado uma fuga tumultuada. Ele enfatizou que as tropas ucranianas capturadas serão tratadas de acordo com as convenções internacionais sobre prisioneiros de guerra.
A Ucrânia, por sua vez, justificou a retirada de seus soldados como uma medida para evitar um cerco completo após meses de confrontos intensos. Embora admita baixas, o país afirma que a situação se estabilizou após a retirada. Ambos os lados trocam acusações sobre o número de perdas sofridas.
Moscou busca reduzir as forças ucranianas em um momento em que Kiev considera uma nova e significativa mobilização. Recentemente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nomeou um novo comandante para liderar os esforços militares.
Avdiivka, localizada na região industrial de Donbass, tem significado especial, pois foi palco de conflitos em 2014, quando separatistas pró-russos tomaram a cidade, posteriormente recapturada pelas forças ucranianas. A cidade, estrategicamente importante, fica ao norte de Donetsk, controlada pela Rússia.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou que as forças russas também assumiram o controle do vilarejo de Krynky, na região de Kherson, ao sul da Ucrânia. Enquanto Shoigu destaca avanços russos, o comando militar ucraniano no sul afirma que manteve suas posições na margem esquerda do rio Dnipro, resistindo aos ataques russos.
Ambos os lados se abstiveram de fornecer números específicos sobre as perdas humanas na guerra em curso na região. O conflito levanta preocupações internacionais e aumenta a tensão geopolítica na Europa.