Músico indicou ‘A morte de Ivan Ilitch’ em suas redes sociais e obra russa traz reflexões existenciais. Na época, ele e a cantora já haviam decidido pelo término.
Não é possível determinar se a leitura de “A Morte de Ivan Ilitch”, obra de Liev Tolstói publicada em 1886, influenciou a separação de Lucas Lima e Sandy. O casal anunciou o fim do relacionamento após 24 anos, e Lucas mencionou que o livro “deu uma boa chacoalhada no Lucão”. Vale destacar que as razões para o término de um relacionamento são geralmente complexas e multifacetadas, envolvendo diversos fatores pessoais e emocionais.
Além disso, é interessante notar que Lucas Lima tinha como objetivo ler 20 livros em 2023 e costumava compartilhar dicas de literatura em seu Instagram, o que demonstra seu interesse pela leitura e seu desejo de expandir seu horizonte literário.
Em setembro, Lucas recomendou o livro “A Morte de Ivan Ilitch”. Essa recomendação foi feita aproximadamente 20 dias antes do anúncio oficial de sua separação. Naquele momento, tanto o músico quanto a cantora já haviam decidido seguir caminhos diferentes, embora não seja possível determinar exatamente quando Lucas leu o livro. Conforme relatado pelo ex-casal durante sua participação no programa “Altas Horas”, a decisão de se divorciar foi tomada cerca de um mês antes do anúncio público.
“Mas que livro forte. Russo não tem o menor jeitinho na hora de falar as coisas na lata, né? Texto muito direto, sólido, sem firula nem carinho. Verdade sem desvios. Baita reflexão sobre a vida, sobre escolhas e os porquês destas. Deu uma chacoalhada legal do Lucão. Recomendo”, comentou o músico.
Além de mostrar uma imagem da capa, ele compartilhou um trecho do livro que diz:
“Morrer e morrer nessa agonia? Há alguma coisa errada. ‘Talvez eu não tenha vivido como deveria’, ocorreu-lhe de repente. ‘Mas, como se eu sempre fiz o que devia fazer?’, respondeu imediatamente descartando essa hipótese, a solução para o enigma da vida e da morte era algo impossível de encontrar.”
Lucas ainda destacou a citação: “‘Talvez eu não tenha vivido como deveria’, ocorreu-lhe de repente. ‘Mas, como se eu sempre fiz o que devia fazer?’.”
“A morte de Ivan Ilitch” traz uma reflexão sobre o sentimento de finitude e a insignificância do homem diante da proximidade da morte.
A novela de Tolstói aborda a trajetória do funcionário público Ivan Ilitch. Ela começa narrando a história de sua morte, para então, voltar ao tempo e retratar toda sua vida e carreira.
Ilitch era um homem ambicioso, bastante preocupado com sua aparência social. Seu próprio casamento foi decidido por trazer benefícios sociais a ele.
Em certo momento, o protagonista sofre um acidente em casa, machucando a região dos rins, mas não dá atenção às sequelas e aos indícios de uma doença mais grave. Quando finalmente vai em busca de auxílio médico, inicia sua reflexão sobre a proximidade da morte.
Em “Novelas Completas” (Todavia, 2020), o tradutor Rubens Figueiredo contou que “A morte de Ivan Ilitch” foi escrito entre os anos de 1882 e 1886, com vários intervalos no curso do trabalho.
Tolstói estava com 58 anos quando concluiu a obra. Na época, completava 24 anos de casado (assim como Lucas quando anunciou a separação de Sandy).
A vida pessoal de Tolstói na década de 1880 também ficou marcada por uma crise intelectual — além da conjugal, que se prolongou ao longo de anos, entre altos e baixos.
Algumas páginas nas redes sociais que reúnem fãs de literatura russa compartilharam a imagem de Lucas Lima com o “pivô” da separação em mãos. E a notícia repercutiu entre eles e, muitos, concordaram com a opinião de Lucas.
“É ler esse daí e nunca mais ser o mesmo. Isso sendo bom ou ruim”, escreveu um leitor. “O tal poder transformador da literatura”, citou outro.
“Êita! Mas essa obra abala estruturas mesmo. Ainda bem que não leu A felicidade conjugal”, apontou um terceiro.
“Sandy tem que agradecer por não ter sido ‘Sonata a Kreutzer'”, escreveu mais um leitor.