Ex-ajudante de ordens relatou encontros após a derrota nas eleições em que Bolsonaro teria tratado de plano golpista com chefia das Forças Armadas
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que ele nunca compactuou com “qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo na lei”. A colunista Bela Megale, do Globo, revelou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, narrou em sua colaboração premiada firmada com a Polícia Federal que o ex-presidente tratou com a então cúpula das Forças Armadas sobre a possibilidade de uma intervenção militar no ano passado.
No documento, os advogados do ex-presidente, negam que isso tenha acontecido.
“(Bolsonaro) jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição, e via de efeito, o Estado Democrático de Direito”, afirmaram Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten, que representam Bolsonaro.
Os advogados, no documento, também destacaram que “adotarão as medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa”. A defesa de Bolsonaro sublinhou que a colaboração de Mauro Cid corre em segredo de Justiça e que ainda não teve acesso ao seu conteúdo
De acordo com a colunista Bela Megale, Cid relatou que participou de duas reuniões onde uma minuta de golpe foi debatida. Além disso, em um desses encontros, o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria garantido a participação da sua tropa no suposto levante. O Exército, por outro lado, não teria concordado com o plano.