A Polícia Federal iniciou uma investigação sobre o Exército devido à aquisição e uso de softwares de inteligência financiados pelo gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, que era liderado pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro. A compra desses programas incluiu o software “First Mile”, que alegadamente foi usado por funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em um esquema de rastreamento ilegal de celulares pertencentes a políticos, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o governo Bolsonaro.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, a investigação se desenrolará tanto no Distrito Federal, para avaliar o uso irregular do software, quanto no Rio de Janeiro, para verificar possíveis irregularidades na compra da ferramenta com fundos da Intervenção Federal. A Polícia Federal também examinará se as Forças Armadas utilizaram o programa de forma inadequada, assim como a Abin.
A compra do “First Mile” já estava sendo investigada pela PF em uma operação que visa apurar possíveis irregularidades nos contratos da Intervenção Federal durante a administração de Braga Netto. O gabinete da Intervenção confirmou à Folha de S. Paulo que o dinheiro destinado às ações no Rio era empregado no fornecimento de equipamentos de inteligência às Forças Armadas.
O Poder360 entrou em contato com a Polícia Federal e o Exército em busca de comentários sobre a investigação, mas não havia obtido resposta até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.
O uso do software “First Mile” em um suposto esquema de monitoramento ilegal realizado pela Abin foi objeto de investigações conduzidas em outubro. De acordo com essas investigações, sob o governo Bolsonaro, a agência teria monitorado ilegalmente jornalistas, políticos e ministros do STF. Alega-se que a rede de telefonia brasileira teria sido invadida em várias ocasiões por meio do sistema de geolocalização da Abin, adquirido com recursos públicos.