As autoridades do Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciaram que o Exército do Sudão e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF) retornarão às negociações em Jeddah, na Arábia Saudita, na quinta-feira. O Sudão tem enfrentado uma guerra de seis meses que já cobrou seu preço no país e em ambas as forças, resultando em um conflito de grande escala.
Os combates tiveram início em meados de abril devido a planos de integração das tropas, quatro anos após a deposição do presidente Omar al-Bashir pelas duas forças e 18 meses após liderarem um golpe para destituir os parceiros civis. Desde então, os combates devastaram a capital e outras cidades importantes, causando o deslocamento de quase 6 milhões de pessoas e resultando na morte de milhares.
As negociações iniciais entre as partes haviam sido suspensas em junho devido a inúmeras violações de cessar-fogo, mas agora ambas as partes indicaram que estão dispostas a retomar as discussões. A intensidade dos combates diminuiu nas últimas semanas, com relatos de ambos os lados usando artilharia de longo alcance, que afetou áreas residenciais. Além disso, fontes militares relataram dificuldades no reparo de aviões de guerra antigos por parte do Exército e problemas no tratamento de soldados feridos pela RSF. Esses desafios financeiros e militares podem ter contribuído para o retorno às negociações em busca de uma solução negociada para o conflito.
A União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) estão se juntando às discussões em Jeddah, inicialmente focando em questões humanitárias, cessar-fogo e medidas de construção de confiança. O objetivo é estabelecer as bases para uma resolução sustentável do conflito, tendo em vista a gravidade da situação humanitária e as dificuldades enfrentadas por ambas as forças. Essa retomada das negociações é vista como uma tentativa de alcançar a paz e encerrar o conflito que assola o Sudão nos últimos meses.