Um novo comboio de caminhões carregados de alimentos e medicamentos cruzou a passagem de Rafah, o único ponto de entrada para o território não controlado por Israel, para levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza neste domingo (22). Segundo a Cruz Vermelha do Egito, um total de 17 veículos se preparavam para entrar no território na manhã deste domingo. No sábado (21), os primeiros 20 caminhões cruzaram a passagem, que estava fechada desde os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro. O ponto de fronteira foi rapidamente fechado após a passagem do primeiro comboio de ajuda. O nível de ajuda, no entanto, está longe de ser suficiente para sustentar as pessoas em Gaza, onde a situação humanitária é terrível. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou no sábado que “as necessidades são muito maiores” do que a ajuda que as pessoas em Gaza receberam.
O chefe do Gabinete de Comunicação Social do Governo controlado pelo Hamas, Salama Marouf, disse que o comboio de ajuda que chegou no sábado “não será capaz de mudar a catástrofe humanitária que a Faixa de Gaza está vivendo”.
Ele reforçou ainda a importância “de estabelecer um corredor seguro que funcione 24 horas por dia para fornecer as necessidades humanitárias e de serviços que atualmente estão completamente ausentes”. Separadamente, o Ministério da Saúde palestino em Gaza disse em um comunicado neste sábado que a ajuda entregue neste sábado “constitui apenas 3% das necessidades diárias de saúde e humanitárias que costumavam entrar na Faixa de Gaza antes da agressão”.
No sábado, o Ministério da Saúde palestino acrescentou que “excluir a entrada de combustível como parte da ajuda humanitária continuará representando uma ameaça às vidas dos pacientes e dos feridos”, com os recursos dos hospitais em Gaza “completamente esgotados”.
A pasta apelou à comunidade internacional “para que tome medidas imediatas para fornecer combustível e suprimentos urgentes de saúde antes que mais vidas sejam perdidas dentro dos hospitais”, acrescentando que “sete hospitais e 25 unidades de saúde ficaram fora de serviço devido a ataques e esgotamento de combustível”.
A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) enviou para a Faixa de Gaza 40 purificadores de água portáteis, além de quase 300 quilos de remédios e materiais de primeiros-socorros.
Os itens têm como destino hospitais que estão atendendo vítimas da guerra entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas.
O equipamento coleta água contaminada de rios, lagos e poços e a transforma em potável. O tonel também é capaz de coletar água da chuva e tratá-la.
Para funcionar, o purificador depende de energia elétrica convencional ou alternativa. Para isso, uma placa solar está acoplada ao equipamento.
Cada purificador tem capacidade de tratar 5.760 litros de água por dia, ou seja, quatro litros por minuto.
A estimativa é de que os 40 purificadores atendam 13,5 mil pessoas por dia. Por ser leve, aproximadamente dez quilos, o equipamento pode ser transportado facilmente para pontos diferentes num mesmo dia. Cada purificador custa, em média, R$ 9,7 mil.