O prefeito do Recife, João Campos (PSB), causou controvérsia ao emitir um decreto de desapropriação que envolve uma área de propriedade da Perpart, uma empresa estatal controlada pelo Governo do Estado de Pernambuco. A medida foi tomada sem muito alarde, mas gerou descontentamento entre as autoridades estaduais e municipais.
De acordo com o Governo do Estado, a Perpart já estava conduzindo ações de regularização fundiária nessa área para beneficiar as famílias residentes no local. Documentos oficiais indicam que existem “famílias afetadas” pela ação da Prefeitura. Em resposta a essa desapropriação, o Governo Estadual enviou um ofício ao prefeito João Campos, no qual solicita esclarecimentos sobre o conjunto de ações da Prefeitura para a utilização da área em questão e sobre as medidas planejadas para acomodar as famílias impactadas pela desapropriação.
Simultaneamente, o Governo do Estado recorreu ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para registrar uma reclamação contra o prefeito. Em um ofício endereçado ao presidente do TJPE, o Governo alegou que João Campos está prejudicando as famílias com a desapropriação. Solicitou ainda ao TJPE que nomeasse um representante para mediar a discussão entre a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado de Pernambuco sobre o tema. O objetivo é garantir soluções habitacionais adequadas para as famílias que serão afetadas pela futura obra projetada pela Prefeitura.
Esse episódio representa mais um capítulo nas tensões recorrentes entre o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife em relação a propriedades e áreas de interesse público. A disputa entre as duas esferas de governo ressalta a complexidade das questões relacionadas à gestão urbana e à regularização fundiária em uma cidade como o Recife, que enfrenta desafios socioeconômicos e de habitação. A resolução desses impasses requer diálogo, cooperação e um equilíbrio delicado entre os interesses do governo municipal e estadual, bem como o bem-estar das comunidades afetadas. O desfecho desse caso dependerá das negociações e das decisões tomadas nos próximos passos das autoridades locais.