A Alemanha deu um passo significativo em direção à consolidação de sua política de segurança nacional ao apresentar sua primeira Estratégia de Segurança Nacional. O documento, divulgado pelo Chanceler Olaf Scholz, delineia a nova abordagem alemã em relação aos desafios internacionais, com foco em questões de segurança e uma mudança de ênfase dos interesses econômicos para a segurança.
Uma das declarações mais marcantes do documento é a identificação da Rússia como a maior ameaça à Europa. Essa avaliação foi feita em um momento em que as relações entre a Alemanha e a Rússia se tornaram mais tensas, principalmente devido à invasão da Ucrânia pela Rússia há um ano e meio. A estratégia enfatiza a necessidade de a Alemanha se preparar para lidar com os desafios vindos de Moscou e ressalta a importância de uma abordagem de segurança integrada.
O Chanceler Olaf Scholz, ao apresentar o documento, destacou a magnitude da mudança em curso na política de segurança alemã, afirmando que a Alemanha está se afastando de uma estratégia militar isolada em direção a um conceito de segurança mais amplo e integrado. A Rússia é vista como uma ameaça à estabilidade europeia, e a Alemanha pretende adotar medidas concretas para lidar com esse desafio.
Outro ponto importante abordado na Estratégia de Segurança Nacional é a crescente rivalidade com a China. O documento alerta sobre as tentativas de Pequim de usar seu poderio econômico para alcançar objetivos políticos, sinalizando a importância de a Alemanha monitorar de perto as relações com o gigante asiático e tomar medidas para proteger seus próprios interesses.
Além disso, a estratégia também reconhece as ameaças relacionadas às mudanças climáticas e interrupções na cadeia de suprimentos, refletindo uma abordagem holística à segurança que vai além das preocupações tradicionais. A Alemanha está determinada a se preparar para uma ampla gama de desafios que possam afetar sua segurança nacional.
No entanto, o governo alemão ainda enfrenta algumas divergências internas em relação à criação de um Conselho de Segurança Nacional, um órgão interministerial que coordenaria a política de segurança. Essas divergências estão relacionadas à localização e às competências do conselho e ainda não foram totalmente resolvidas.