A Petróleo Brent encerrou o dia em alta de 4,2%, após superar os US$ 88 durante o dia
Após os ataques do grupo terrorista Hamas a Israel, o mercado financeiro teve seu primeiro dia de operações com um aumento significativo no preço do petróleo Brent, que subiu 4,2% e ultrapassou os US$ 88 por barril. Isso impactou positivamente as ações da Petrobras (PETR4), que encerraram o pregão com uma valorização de 4,29%.
O aumento do preço do petróleo já era previsto pelo mercado financeiro, devido à situação no Oriente Médio, que é uma região-chave na produção de petróleo e está sujeita a riscos de conflito em Israel. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, acredita que a volatilidade nos preços do petróleo continuará nos próximos meses, mas ele está confiante na política de preços atual da empresa. Ele destacou a utilidade e eficácia dessa política em mitigar os impactos desse aumento, expressando sua confiança durante uma entrevista na manhã desta segunda-feira.
Adicionalmente, o diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que não é o momento adequado para mudar a orientação da política do BC, que atualmente está reduzindo a taxa de juros.“A expectativa em relação à evolução do preço do petróleo está muito associada, no mercado, ao nível de envolvimento do Irã — o quanto o conflito permanece mais regional e o quanto ele se estende”, completou.
Como resultado desses eventos, o índice Ibovespa fechou o dia com um aumento de 0,86%, alcançando os 115.156 pontos, impulsionado pelas ações da Petrobras. Enquanto isso, o dólar norte-americano teve uma pequena queda de 0,62%, encerrando o pregão de segunda-feira a R$ 5,13.
Apesar de um dia repleto de incertezas devido ao conflito na Ásia, os mercados globais tiveram pouca variação ao longo do dia. O Índice Dow Jones dos EUA registrou um aumento de 0,59% na segunda-feira, enquanto as bolsas europeias apresentaram quedas. O Índice de Frankfurt (DAX) na Alemanha caiu 0,67%, o CAC 40 na França recuou 0,55%, e o índice de Milão na Itália teve uma queda de 0,46%.
Em todo o mundo, as ações mais impactadas pelo agravamento do conflito entre árabes e israelenses foram as das companhias aéreas. Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, várias empresas cancelaram voos para Israel devido a preocupações com a segurança do espaço aéreo no país asiático.
Aéreas sofrem queda
Mesmo sem voos diretos entre o Brasil e Israel, as companhias aéreas brasileiras também foram afetadas pelo repentino aumento no preço do petróleo Brent. As ações da Azul (AZUL4) registraram a segunda maior queda do dia, com uma diminuição de 2,97%, enquanto as ações da Gol (GOLL4) chegaram a cair cerca de 5% durante a manhã, mas conseguiram se recuperar e encerraram o pregão com variação nula, mantendo-se no mesmo patamar em que começaram o dia.
De acordo com o especialista em aviação e doutor em Economia pela USP, Gilson de Lima Garófalo, as companhias aéreas estão claramente preocupadas com o conflito em Israel, uma vez que cerca de 40% de seus custos estão vinculados ao preço do Querosene de Aviação (QAV). No entanto, o doutor acredita que os gastos com segurança devem ser ainda maiores dadas as circunstâncias atuais.
“Quanto ao que aconteceu na Bolsa de Valores (queda nas ações das companhias aéreas) é importante realçar que é o local de altas e baixas, de forma que, da mesma maneira, as ações sofrem queda em uma data, e em outra oscilam para cima. E os especuladores estão sempre de plantão, interessados em aquisições na baixa e venderem na alta”, avalia o especialista