O presidente do Parlamento da Rússia, Vyacheslav Volodin, afirmou nesta sexta-feira (6) que os legisladores do país devem discutir em breve a revogação do Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares.
A afirmação foi feita após o presidente Vladimir Putin anunciar que a Rússia testou uma arma nuclear de nova geração. Estima-se que os russos tenham o maior estoque mundial de ogivas nucleares.
“A situação no mundo mudou”, disse Volodin. “Washington e Bruxelas desencadearam uma guerra contra o nosso país.”
“Na próxima reunião do Conselho da Duma de Estado, discutiremos definitivamente a questão da revogação da ratificação do Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares.”
Na quinta-feira (5), Putin afirmou que ainda não estava preparado para afirmar se a Rússia deveria ou não retomar os testes nucleares. No entanto, o presidente indicou que o país poderia deixar o tratado, já que os Estados Unidos não ratificaram o acordo.
A retomada de testes nucleares pela Rússia ou pelos Estados Unidos pode desestabilizar a segurança mundial, uma vez que os dois países vivem entre tensões, que foram ampliadas pela guerra na Ucrânia.
O Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares foi elaborado em 1996. Ao todo, 187 países assinaram o acordo, sendo que 178 ratificaram — entre eles Rússia, Brasil e membros da União Europeia.
Dos países que assinaram o acordo, 18 ainda não o ratificaram. Nesta lista, além dos Estados Unidos, estão China, Coreia do Norte, Índia e Israel.
Entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a elaboração do tratado, mais de 2 mil testes nucleares foram realizados. Os últimos testes da antiga União Soviética e dos Estados Unidos aconteceram em 1990 e 1992, respectivamente.