Testemunha viu situação e gravou crime contra a criança. Menor foi encaminhada para fazer acompanhamento psicológico.
A Polícia Civil informou que a criança de 10 anos, que foi vítima de abuso sexual pelo líder religioso Julierme da Silva Marques, de 44 anos, em Porangatu, no norte de Goiás, demonstrou sinais de tremor e choro na presença do agressor. O delegado Danilo Wendel acrescentou que a menina recebeu apoio psicológico após o incidente. Até a última sexta-feira (29), pelo menos outras 15 pessoas também denunciaram o líder por abuso.
“Durante a investigação, foi possível confirmar que o investigado praticou diversos outros atos libidinosos contra a criança”, informou uma nota da Polícia Civil de Goiás. O vídeo mostra o homem observando a criança por uma janela.
O homem era membro de uma igreja evangélica, onde desempenhava um papel no louvor e ocupava funções administrativas. Ele residia em uma casa “localizada no mesmo complexo da instituição religiosa”, conforme afirmou a polícia. Foi nesse local que as imagens da primeira denúncia foram gravadas.
A delegacia recebeu entre 10 e 15 novos relatos de abusos supostamente cometidos pelo homem. Nem todas as vítimas fizeram registros de ocorrência, de acordo com o delegado Danilo Wendel.
A prisão de Julierme ocorreu no início desta semana, no norte de Goiás.
O advogado de defesa, afirmou que o cliente é inocente e que está tomando as medidas judiciais necessárias. O advogado Luciano Henrique também afirmou que aguarda a conclusão do inquérito para apresentar provas.
A investigação teve início após a divulgação do vídeo, gravado por uma testemunha. Foi constatado que o homem tentou agarrar a criança.
“[Nessa situação], ela conseguiu se desvencilhar. Ele também ficava tentando verificar a menina no banho, jogava lanterna na casa, à noite, tentou entrar na casa e ela precisou trancar. Foram diversos atos”, afirmou o delegado.
Após a divulgação do vídeo, as outras vítimas procuraram a delegacia para denunciar o líder. Além de crianças, há vítimas já adultas e, inclusive, uma do sexo masculino. Segundo as investigações, as vítimas não frequentavam a igreja do líder religioso. A única exceção é a criança de 10 anos.
“São mais ou menos 15 vítimas variadas, mas nem todas quiseram prosseguir com a denúncia, algumas nos procuraram de forma anônima”, afirma o delegado.
As investigações também constataram que o líder religioso sempre se masturbava na presença das vítimas, sendo assim, cada caso será avaliado para saber se houve estupro ou apenas crime de importunação sexual.
Denúncia
Por conta do alto número de vítimas, a Polícia Civil decidiu divulgar o nome e a foto do suspeito. Para denunciar, basta ligar no 197 ou entrar em contato pelo WhatsApp (62) 98598-7885.
O nome da instituição religiosa não foi revelado.