Acidente no Mirabilandia: médico contratado pela família não tem acesso a prontuário

Dávine Muniz Cordeiro segue internada na UTI do Hospital da Restauração em estado grave. Pai da professora , ainda muito abalado, diz não ter recebido apoio do parque.

Nesta quinta-feira (28), Priscila Alves, uma das advogadas que representa a família de Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, fez uma revelação preocupante relacionada ao caso da mulher que ficou gravemente ferida após ser arremessada de um brinquedo no parque Mirabilandia, localizado em Olinda, no Grande Recife.

Segundo Priscila Alves, um médico contratado pelo parque de diversões visitou a paciente e teve acesso ao prontuário dela. A situação é ainda mais delicada considerando que Dávine continua internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração, situado no bairro do Derby.

“É uma questão bem delicada. A família, inclusive, trouxe um médico de confiança para acessar o hospital. De igual modo, o parque possui um médico que tem livre acesso à UTI; isso é de conhecimento de todos. Nós também queremos essa paridade. Porque se o parque tem acesso livre para discutir parecer médico e condições clínicas, nós também queremos essa condição”, falou a advogada.

De acordo com Priscila Alves, o médico indicado pelos familiares foi impedido pela direção da unidade de subir até o setor de terapia intensiva ao tentar fazer uma visita na terça (27).

“Não temos acesso a um prontuário médico, não temos acesso a um boletim que diga que ela tem segurança para ser transferida [para um hospital particular]. Estamos tentando protocolar um pedido para que nos seja fornecido um parecer médico […]. Chego lá embaixo, dizem que é o setor de protocolo, o protocolo diz que é outro setor, e chega-se ao ponto que eu não consigo protocolar esse pedido”, contou Priscila Alves, durante entrevista coletiva.

Pai diz que não recebeu apoio do parque

‘Só peço à providência divina’, diz pai de mulher ferida em acidente no Mirabilandia

Bastante emocionado, o pai de Dávine, José Leandro Cordeiro, disse que não recebeu apoio do parque de diversões desde que o acidente ocorreu, no dia 22 de setembro.

“Não recebi informação nenhuma, apoio logístico, solidário, de ninguém. A não ser, assim, as informações que recebi por intermédio de terceiros”, afirmou José Leandro.

Perguntado sobre o estado de saúde da filha, o pai disse, bastante emocionado, que soube que Dávine teve hemorragia interna e sangramentos em todo o corpo.

“O estado da minha filha é muito grave. Só peço à providência divina, aos médicos, para fazer com que minha filha volte ao seio familiar”, declarou.

Procurados, o parque Mirabilandia informou que não sabe quando poderá ser feita a transferência de Dávine para um hospital particular, com segurança, e que tem dado suporte à família.