Vice-presidente na gestão de Jair Bolsonaro (PL), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) defende o ex-titular do Palácio do Planalto e não acredita que ele tenha encorajado uma incursão golpista diante da derrota nas urnas.
“Apesar de desgastado pela perda da eleição, não acredito que o JB estimulasse uma solução fora das quatro linhas da Constituição”, afirmou Mourão ao Globo.
Trechos da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, apontam que o ex-presidente teria tido um encontro com os chefes das Forças Armadas para discutir a possibilidade de um golpe no país.
Na ocasião, o comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria colocado a sua tropa à disposição para cumprir ordens do então presidente. Mourão não comentou o conteúdo da reunião por “não ter elementos para responder, pois tomei conhecimento via imprensa”.
A delação premiada de Mauro Cid é considerada um ponto de partida das investigações. A Polícia Federal tem tratado o tema com cautela e sigilo. Para os fatos serem validados e as pessoas citadas pelo tenente-coronel serem eventualmente responsabilizadas, é preciso que haja provas que corroborem as informações repassadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Conforme apurou a colunista do Globo Bela Megale, o trecho do depoimento de Cid caiu como uma bomba entre os militares. O tenente-coronel relatou que ele próprio foi um dos participantes de uma reunião onde uma minuta de golpe foi debatida entre os presentes.