O agente da PF também atuou na segurança do petista durante as eleições do ano passado
O agente da Polícia Federal Paulo Rocha Gonçalves Júnior, que atuou como carcereiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em parte do período no qual ele esteve preso em Curitiba, foi liberado do cargo na corporação, nesta quinta-feira, para poder ocupar um posto na Presidência da República. Publicada em edição extra do Diário Oficial da União, a portaria foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli.
No texto, o secretário-executivo pede que o servidor se apresente imediatamente ao novo órgão. Agora, Gonçalves Júnior deve se mudar para Brasília, onde vai trabalhar diretamente com Lula.
Paulão, como é conhecido, ficou próximo do petista em 2018, quando integrava a equipe de revezamento na segurança de sua cela, no último andar da Superintendência da PF em Curitiba. Nos fins de semana, quando Lula não podia receber visitas, os dois conversavam sobre toda sorte de assunto, de política a programas de TV.
No ano seguinte, porém, Gonçalves Júnior foi removido para trabalhar numa missão em outra cidade, o que à época foi interpretado por aliados do petista como uma retaliação da cúpula da PF. Na época, a corporação informou , que “a Superintendência do Paraná tem que apoiar operações na fronteira do Estado, e os policiais de Curitiba estão prestando apoio nesse momento em caráter temporário”.
Em 2022, Lula trouxe Paulão para integrar a equipe que faria a sua segurança pessoal durante as eleições. Assim como os outros policiais federais escolhidos, seu nome foi apontado pelos representantes da campanha petista, mas o pedido partiu diretamente de Lula. Ele integrou grupo sob a coordenação de Andrei Passos, hoje diretor-geral da PF.
Durante o período em que Gonçalves Júnior fez sua segurança na Superintendência, Lula perdeu o irmão, Genival, e o neto de 7 anos, Arthur. Durante a corrida eleitoral do ano passado, Paulão contou que “foi no meu ombro que ele chorou depois de saber da morte do neto”.