Os ministros Fernando Haddad e Marina Silva e os presidentes da Câmara e do Senado estiveram no evento na Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos.
O lançamento de uma forma inédita de financiamento para a proteção do meio ambiente pelo governo brasileiro é um desenvolvimento significativo na área de políticas ambientais. A presença dos ministros Fernando Haddad e Marina Silva, juntamente com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, em um evento na Bolsa de Valores de Nova York, destaca a importância dada a essa iniciativa e o compromisso do governo em abordar questões relacionadas ao meio ambiente.
Essa nova forma de financiamento pode ser um mecanismo inovador para atrair recursos financeiros e investimentos que visam à proteção e preservação do meio ambiente no Brasil. Isso é particularmente relevante em um momento em que as preocupações com as mudanças climáticas e a conservação ambiental estão em destaque em nível global.
A presença de autoridades brasileiras em Nova York para lançar essa iniciativa também pode ser uma maneira de buscar apoio internacional e destacar o compromisso do Brasil.
Pela primeira vez, o governo brasileiro vai oferecer no mercado financeiro internacional títulos da dívida externa com critérios sustentáveis: são os chamados títulos verdes.
A participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em várias reuniões com investidores estrangeiros antes do lançamento dos papéis é uma estratégia importante para conquistar a confiança desses investidores. A segurança jurídica é uma preocupação fundamental para os investidores estrangeiros, e é compreensível que o ministro destaque esse desafio como um dos principais obstáculos para atrair investimentos de fora.
A segurança jurídica se refere à confiança de que os contratos e acordos serão respeitados, que os direitos de propriedade serão protegidos e que as regras e regulamentações não sofrerão mudanças arbitrárias. Para atrair investidores estrangeiros, é essencial criar um ambiente de negócios estável e previsível.
“A principal questão que eles falam é a reforma tributária, maior insegurança jurídica que o Brasil oferece hoje é o caos tributário, que ninguém sabe quanto deve, quanto tem a receber. Isso é um horror”, afirmou Haddad.
A previsão de captar até US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) nos Estados Unidos por meio da venda desses papéis verdes é uma iniciativa significativa para financiar ações sustentáveis e combater as mudanças climáticas no Brasil. A alocação desses recursos para adaptar a indústria brasileira às questões ambientais é um passo importante para a transição para uma economia mais verde e sustentável.
A transparência na utilização dos recursos é fundamental, e a promessa de divulgar dois relatórios anuais para mostrar onde o dinheiro está sendo investido é um compromisso importante para garantir a responsabilidade e a prestação de contas.
Os títulos verdes, que deverão estar disponíveis até outubro, são uma maneira inovadora de atrair investimentos para projetos ambientalmente responsáveis.
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, participaram do evento. Assim como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela disse que a imagem do Brasil no exterior mudou nos últimos meses.
“Com certeza já há uma grande expectativa por esses títulos. E a imagem muda quando mudam as atitudes. As atitudes mudaram. Obviamente que a imagem muda. Nós, nesses 8 primeiros meses, reduzimos o desmatamento em 48%, e evitamos lançar na atmosfera cerca de 200 milhões de toneladas de CO². Já estamos recuperando as políticas públicas da área socioambiental”, disse Marina Silva.
À tarde, Haddad teve uma reunião bilateral a portas fechadas com o representante especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry. Depois, os dois participaram de um evento sobre o desenvolvimento sustentável do Brasil, com foco na Amazônia.
Na saída, John Kerry afirmou que as pessoas estão descobrindo agora que há formas inteligentes de ganhar dinheiro com investimentos que ajudam a proteger pessoas e florestas.
“O que eu conversei com John Kerry, inclusive antes de vir para cá, foi que nós tínhamos que abrir espaço para que as nossas empresas pudessem fazer mais parcerias, porque nem tudo interessa produzir nos Estados Unidos. Teme uma parte da produção manufatureira americana – que tem como destino o mercado de consumo dos Estados Unidos – que é produzida no México. Há coisas que podem ser produzidas no Brasil, até porque o México não tem uma matriz verde, uma matriz energética verde como nós. Então, o aspecto crucial é que nós possamos explorar mais possibilidades sem as amarras típicas dos acordos bilaterais e multilaterais”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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